PSALMO
O desenlace foi assim:
Vinha raiando a madrugada,
Quando ella triste e desolada,
Olhos maguados para mim...
Vinha raiando a madrugada.
Ambos estávamos a sós,
Ella esquelética, mirrada,
Quasi sumida entre os lençôes...
Vinha raiando a madrugada.
Anoitecia em seu olhar
E eu tinha a voz entrecortada
De soluçar... de soluçar...
Vinha raiando a madrugada.
E melancholisava o ar
Uma nostálgica toada
De marinheiros, sobre o mar.
Vinha raiando a madrugada.
Inoffensiva, immaculada
Pomba sem fel, martyrio meu
Vinha raiando a madrugada...
E foi assim que ella morreu!
João Antônio de Azevedo Cruz